Larissa Saldanha


Nota biográfica

A pesquisadora possui Licenciatura em Ciências Sociais (UFBA, 2014) e Bacharelado em Sociologia (UFBA, 2017), ambos pela Universidade Federal da Bahia e deu aulas nas escolas da rede estadual do estado da Bahia (Brasil).

Além disso, é Mestre em Museologia (UFBA, 2021) e como pesquisadora publicou alguns artigos na área em eventos no Brasil e em Portugal. Trabalhou no Museu de Arte da Bahia (MAB) entre os anos de 2014 e 2018 – desde a Biblioteca, passando pela Assessoria da Direção até o Setor Educativo.

Atualmente, é doutoranda em SocioMuseologia na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias com Bolsa da Cátedra UNESCO – Educação, Cidadania e Diversidade Cultura (ULHT, 2022-2024).

Áreas de interesse académico e científico

  • SocioMuseologia
  • História dos museus brasileiros
  • Museologia Social
  • Museus baianos
  • José Antônio do Prado Valladares
  • Historiografia da arte brasileira
  • Salões de Belas Arte no Brasil
  • Bienais de Arte brasileiras

Projeto individual de doutoramento

José Valladares e os Salões Bahianos de Belas Artes
Título
Resumo

Os Salões Bahianos de Belas Artes ocorreram entre os anos de 1949 e 1956 e é considerado um movimento fomentador das artes plásticas na Bahia, que contribuiu para a criação do Museu de Arte Moderna da Bahia em 1959, e responsável por atrair a atenção dos artistas e críticos de arte do Brasil. O período é marcado pela influência do pensamento modernista e pelo Estado Novo (1937-1945), momento em que a promoção da cultura e da identidade nacional estiveram ligadas, o que pode ser observado na ideia de criação do evento, quando se defendia “que é dever do Estado promover e difundir a cultura artística […] que as exposições públicas de obras originais de artistas brasileiros e estrangeiros radicados no país são meios idôneos de fomentar a cultura das artes plásticas”. Oliveira (2011) considera que os Salões de Arte foram eventos datados e cada edição propicia um recorte com alguns aspectos comuns, como: a gerência do Estado; o sistema competitivo pela seleção e premiação por mérito e o relacionamento com sistemas educacionais ou divulgadores (museus, galerias, escolas de arte). Em 1949 foi realizado no Hotel da Bahia o Iº Salão Bahiano de Belas Artes, constituído pelas seguintes seções: pintura; escultura; arquitetura; desenho e gravura, mas em 1951 as seções do evento foram reagrupadas. José Antônio do Prado Valladares, um dos idealizadores dos Salões Bahianos, foi um intelectual que esteve à par dos debates de sua época, foi diretor do Museu do Estado da Bahia4 (1939-1959) e compôs a comissão organizadora do evento. Tendo em vista sua trajetória profissional que dialoga com o estímulo às artes plásticas no país, Valladares expressou o desejo de realizar outros Salões, uma vez que o primeiro, que contou com 15 mil visitantes. Contudo, ensejava que o Museu participasse da vida cultural do estado de maneira mais ativa, posto que as edições dos Salões não foram sediadas em museus. Dito isso, questiona-se por que os Salões Bahianos de Belas Artes fomentados por José Valladares podem ser compreendidos como recurso para a promoção e difusão da cultura artística baiana? A fim de responder à questão da pesquisa, objetiva-se: compreender o contexto sócio-histórico dos Salões; identificar o papel de José Valladares nos Salões e a presença desse movimento na história da arte baiana; e, analisar o conteúdo dos Catálogos dos Salões relacionando-os com a compreensão de José Valladares sobre a Museologia.