Marco Viegas
Nota biográfica
Nasci em Moçambique, na cidade de Quelimane e vim para Portugal aos sete anos, em 1977. Licenciei-me em História Científica pela Universidade dos Açores o que me permitiu a familiarização com a temática desenvolvida no projeto que apresentarei à Universidade Lusófona. Frequentei o Mestrado de Museologia na Universidade dos Açores e a conclusão das curriculares potenciou o conhecimento sobre a temática e sobre a museologia, tendo como consequência a realização deste trabalho que extrapolou o âmbito do mestrado e cresceu de forma hercúlea ao longo de três anos. Deixou de ser um mestrado para se situar no doutoramento e, por sentir que posso determinar o meu futuro, surgiu um cenário que aparenta corresponder àquilo que ambiciono. Senti que a tese merecia mais e, por ser inconformista, não aceitei qualquer destino.
A qualidade que sempre apresentei na frequência de três universidades distintas, a Universidade dos Açores, com licenciatura em História Científica e duas bolsas de estudo uma para a Universidade de Brown nos Estados Unidos e outra para Santander em Espanha; a Universidade Portucalense onde me licenciei em História Ramo Educacional com nota final de 17 valores e Universidade Nova de Lisboa onde frequentei o mestrado em História do século XIX. Em todas elas conclui os estudos entre os três melhores alunos.
Assumi cargos que me delegaram por convite, por eleição democrática ou por voluntarismo como são os casos de Coordenador de Cidadania e Desenvolvimento; Coordenador do Departamento de Português, Ciências Humanas e Sociais ou Coordenador do Clube “Loucos por História” ao longo de dez anos. Todos os cargos na Escola Básica António José de Ávila na cidade da Horta.
Para além de muitos outros cargos e envolvimento em atividades na comunidade, essencialmente como construtor de conhecimento considero possuir uma boa capacidade de trabalho que levou ao sucesso dos meus alunos no passado, procurando sempre o desenvolvimento integral dos mesmos. Primo pela organização considerando-a um elemento fundamental para as boas práticas letivas, assim como, para o desenvolvimento de toda a atividade relacionada com a docência e com o meu desenvolvimento pessoal. Tenho capacidade de liderança, reconhecida pela instituição onde leciono e em todas as instituições por onde passei. Capacidade de organização, e perfecionista na planificação das atividades a que me proponho. Excelente relação de colaboração com os colegas de forma a partilhar saberes e materiais para uma prática profissional saudável e proactiva, predicados que serão replicados na frequência do doutoramento.
Áreas de interesse académico e científico
- História
- Museologia
- Literatura
- História dos Açores
- História da Arte
Projeto individual de doutoramento
- O museu de scrimshaw do peter café sport na ilha do faial: o mundo que o rodeia, numa coleção em reflexão
- Título
Resumo
Os museus têm vindo a ganhar cada vez maior visibilidade e, nesse contexto, o seu papel na nossa sociedade reveste-se de uma maior responsabilidade. Com o enquadramento jurídico na Lei-Quadro dos Museus Portugueses, lei n.º47/2004, de 19 Agosto, a padronização da tipologia museológica e da comunicação dos museus com a comunidade é regulada por padrões normativos precisos o que representa um acréscimo de qualidade mas também de responsabilidade, na forma como os museus utilizam a sua linguagem na divulgação dos seus bens culturais e das suas iniciativas. Estas instituições têm adotado diferentes formas de comunicar com os seus públicos com a utilização de suportes e acesso às suas coleções que permitam a universalização dos mesmos.
O Museu de Scrimshaw do Peter Café Sport é um dos museus açorianos mais peculiares, pois representa a conceção de uma ideia pessoal, num espaço privado e de puro autodidatismo num tempo onde a museologia não era um conceito comum no léxico de uma grande maioria dos museus portugueses. Este é a ideia de um visionário que no tempo certo, intuiu a necessidade de preservar parte de uma cultura, que se extinguia, a da arte baleeira. É através da coleção, uma das mais importantes do mundo, que José Azevedo propõe uma narrativa impar que expressa o panorama insular desta arte e a visão singular dos mais importantes artistas nacionais e alguns internacionais, legando um corpus histórico único.
O seu público caracteriza-se pela diversidade, abrangendo visitantes nacionais e estrangeiros, crianças, estudantes, famílias e especialistas, entre outros. Enquanto estudo de caso do presente projeto, tentar-se-á perceber o grau de adequação do museu às novas realidades museológicas, da museografia nacional e internacional bem como a História que compõe este complexo ramalhete.