Nagayamma Aragão
Nota biográfica
É geógrafa, iniciou o seu percurso profissional no seio associativo a mais de 15 anos onde desenvolve projetos de planeamento e ordenamento de território das sociedades africanas.
Mestre em geografia e desenvolvimento com especialização em proteção civil e ordenamento do território, concluiu a formação tecnológica em sistemas de informação geográfica, doutoranda em urbanismo pela universidade lusófona de humanidades e tecnologias (Portugal).
O entusiamo pela investigação procede da necessidade de equacionar questões de mobilidade e transporte, enquanto problemas das cidades contemporâneas, dando especial relevância ao transporte informal, desenvolvimento urbano e mobilidade no contexto africano, tema que desenvolve desde a sua dissertação de mestrado, pela importância que estes territórios desempenham enquanto força motriz da economia e capacidade de geração de dinâmicas espaciais, cooperando no desenvolvimento das sociedades onde atua, assim como na formulação de políticas mais assertivas centrado num planeamento voltado nas pessoas e sociabilidades.
Está habilitada para atuar na área de Cadastro Territorial Multifinalitário de modo a desenvolver um trabalho de utilidade e rigor científico na área de planeamento territorial rural, urbano e regional com enfase nos serviços urbanos.
Atualmente trabalha com projetos e articulação de soluções integradas na resolução de problemas comunitários e instituições em ambiente multicultural em Portugal e no Estrangeiro.
Áreas de interesse académico e científico
- Geografia
- Planeamento e Ordenamento Do Território
- Mobilidade e Transportes
- Urbanismo
Projeto individual de doutoramento
- “Desenvolvimento de um Modelo de Gestão Transportes Coletivos Informais para São Tomé (S.T)”
- Título
- Professor Diogo Mateus
- Orientador
- Professor Juan Pedro Moreno Delgado
- Co-orientador
Resumo
Criar um modelo de gestão, que resulte de análise ao sistema corrente de transporte informal (táxí), assente em políticas integradas e estratégicas a diversas escalas, promovendo organização espacial das atividades urbanas por meio de um sistema balanceado de transporte, acoplando atividades/funções de modo eficiente e sustentável.
O trabalho tem como proposta metodológica à formulação da regulamentação por meio de combinação de análise sincrônica (dados stakeholders do sector) e diacrônica (comparações com características referenciais), por meio da auscultação, discussão e elaboração com a finalidade de um modelo que sirva como um sistema de auxílio à gestão do transporte informal de S.T.
Objetivos:
A inexistência do plano de mobilidade proporciona ao sector informal e desregulamentado atender diversos interesses, pondo em causa as questões de equidade social por meio tarifário e discriminação geográfica, tornando os usuários reféns do sistema de orgânico de iniciativa privada Em S.T. a “falha do Estado”, desregulamentação ou mesmo ausência de ordenamento jurídico do sector, ao contrário da maioria das cidades africanas onde os transportes informais, embora desregulamentado, aparecem como um meio complementar ao sistema de transporte, aqui confunde-se com o processo de estruturação da cidade, atuando nas dinâmicas e desenvolvimento, imbricam novos eixos de crescimento devendo ser tratadas como política publica, proporcionando alterar e desenvolver logicas espaciais, analíticas e administrativas com a criação do instrumento na promoção de soluções.
A investigação figura a necessidade de definir um modelo de gestão de transportes informais (Táxi) em S.T. sustentado na análise de padrões de mobilidade. Face à inercia publica dos diversos atores da sociedade é objetivo trazer a abordagem para a arena publica, mediante o caracter cultural e político que servirão de matriz para a interpretação do problema. Tendo como questão de partida “Quais os critérios para a regulamentação do sector de transporte informal?”
Dado a complexidade e relação entre o sistema de transporte, níveis de desenvolvimento económico e organização do território o estudo tem como objetivos:
- Conhecer a importância do Táxi no território e sua articulação com as políticas de uso do solo e padrões de deslocação diária
- Desenvolver e apresentar metodologias e técnicas de analise de rede do sistema de transporte, para a concretização do modelo (objetivo 3), com enfoque nas boas práticas, com relevância à promoção e regulamentação dos transportes coletivo informais, nas diversas esferas de atuação nomeadamente modelo de desenvolvimento do território, fatores comportamentais e organização administrativa do sector dos transportes;
- Desenvolvimento de um Plano de Mobilidade e de Gestão do Transporte que que permita a regulamentação de transporte coletivo informal pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres.
A desregulamentação do sector de transporte no segmento informal, desencadeia entraves na gestão estratégica, na qual a avaliação não passa exclusivamente da confirmação de compliance a diversas escalas de atuação. É imperativo delinear níveis adequados de mobilidade e acessibilidade oferecidas ao cidadão, sustentadas na promoção de equidade social; redução das assimetrias locais; estabelecer configurações eficientes; melhorar a qualidade de vida das comunidades nas esferas sociais, ambiente, economia; desenvolvimento de soluções urbanas com aposta na diversidade das e complementaridade das funções urbanas ou seja a adequação entre integração e politica de uso do solo.
A proposta de intervenção normativa/regulamentar, considerará racionalidades (ambientais, sociais, de coesão e segurança), beneficiando as leituras e resultados finais de um maior grau de aderência à realidade e impactos mais positivos na cadeia de valor. A avaliação dos impactos, contribuirá para a proposta e apresentação de soluções realistas, que, apresentem uma visão própria de um sector dinâmico com estágios diferenciados de desenvolvimento e maturidade, nos diversos subsetores, permitindo ao usuário o acesso a um sistema de transporte de qualidade.
Em São Tomé, atendendo a ausência de diretrizes estratégicas, a inoperância do Estado e inexistência de ordenamento jurídico do sector traduz-se na necessidade em discutir o papel deste serviço na sociedade, enquanto único modo de transporte coletivo regular embora desregulamentado.