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Call for Papers – Abordagens históricas da Educação Comparada

Entre Paris e PISA: 200 anos do Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur l’éducation comparée de Marc-Antoine Jullien de Paris: Abordagens históricas da Educação Comparada

Número especial da ESC – Educação, Sociedade & Culturas

Submissão até 31 de outubro de 2016

Organizadores(as)/Convidados(as)

  • Luís Grosso Correia, Universidade do Porto (Portugal);
  • Ana Isabel Madeira, Universidade de Lisboa (Portugal);
  • Marcelo Caruso, Universidade Humboldt, Berlim (Alemanha);

Nos 200 anos da publicação do primeiro ensaio de Educação Comparada por Marc-Antoine Jullien de Paris 1, a Educação, Sociedade & Culturas, revista científica do CIIE – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, dedica um número especial (a publicar em 2017) ao tema abordagens históricas da educação comparada.

Na definição e construção das sociedades ocidentais de base liberal, a educação de massas foi usualmente considerada como uma capacidade de leitura, escrita e cálculo que geraria efeitos nas técnicas de cognição dos indivíduos e, consequentemente, em resultados do ponto de vista político, económico, cultural e tecnológico.

Na época contemporânea, o Estado-Nação assumirá, no quadro do contrato social com os cidadãos, o principal papel e responsabilidade na implementação de políticas públicas de educação (escolaridade obrigatória, básica, secundária, profissional, segundo modalidades formais e não-formais), replicando e retraduzindo, a nível nacional, um modelo de governança (comum aos estados europeus ou ocidentais), assente numa “maquinaria” pedagógica, profissional, técnica e administrativa da educação (financiamento público; supervisão, inspeção e regulação oficial; formação profissional de professores; currículos, programas escolares, avaliação, exames e diplomas; tecnologias, recursos e métodos pedagógicos renovados; etc.), regularmente “afinada” segundo as conjunturas político-educativas nacionais e internacionais.

A cooperação internacional emergiu como elemento central desde os primeiros esforços científicos de educação comparada. Esta preocupação foi particularmente enfatizada no ensaio de Marc-Antoine Jullien de Paris editado em 1817, exortando os intelectuais europeus a recolher, organizar e divulgar dados sobre os diferentes sistemas educativos, e linha de estudo que tem acompanhado o desenvolvimento da disciplina de Educação Comparada. As tecnologias educativas e estudos exibidos nas exposições universais (especialmente a partir da de Paris, em 1867), assim como a fundação do Bureau International des Écoles Nouvelles por Adolphe Ferrière, em Genebra, em 1894, os estudos norte-americanos sobre outros sistemas educativos nacionais após a I Grande Guerra, a circulação de revistas especializadas desde a década de 1920 (por exemplo, o Educational Yearbook do Teachers College, Universidade de Columbia, entre 1924 e 1944), a criação de organização intergovernamentais como o Bureau International d’Éducation, em Genebra, em 1925, a UNESCO sob a égide da Organização das Nações Unidas, em 1945, ou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em 1961, reforçaram o campo disciplinar da educação comparada quando perspetivado na longa duração.

António Nóvoa afirmou que a Educação Comparada é, na sua raiz, um estudo sobre o Outro. Na mesma linha, Jürgen Schriewer refere que o estudo da alteridade nunca perdeu o valor, função e foco autorreferenciado. Este estudo sobre a alteridade em educação foi, segundo os mesmos autores, desenvolvido de acordo com diferentes perspetivas e conjunturas teóricas, metodológicas e históricas (conhecer, compreender, construir e medir o Outro) e/ou como um modo cognitivo de governança, do qual derivam confrontos igualmente cognitivos (teóricos, metodológicos e políticos), conduzido por discursos, modelos e atores transnacionais.

Entre o ensaio de Marc-Antoine Jullien de Paris e, por exemplo, os mais recentes resultados do Program for International Student Assessment (PISA), implementado pela OCDE a partir de 2000, uma grande variedade de teorias, métodos, abordagens, objetos e tecnologias, convencionais ou críticos, tem sido desenvolvida no campo da Educação Comparada. Neste sentido, a Educação, Sociedade & Culturas convida à apresentação de propostas de artigos sobre diferentes histórias de educação comparada e a sua interconexão com a internacionalização de modelos educativos nas seguintes línguas: Francês, Espanhol/Castelhano, Inglês e Português.

1Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur l’éducation comparée entrepris d’abord pour les vingt-deux cantons de la Suisse et pour quelques parties de l’Allemagne; susceptible d’être exécuté plus tard, d’après le même plan, pour tous les Etats d’Europe; et Modèle de tables comparatives d’observations, à l’usage des hommes qui, voulant se rendre compte de la situation actuelle de l’éducation et de l’instruction publique dans les différents pays d’Europe, seront disposés à concourir au travail d’ensemble dont on expose ici le plan et le but. Paris: L. Colas, 1817.

Diretrizes para submissão

As propostas devem ser enviadas como anexo (em Microsoft Word) para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Os artigos são aceites e publicados em português, inglês, francês ou espanhol.

Na carta de apresentação, por favor, especifique que o seu trabalho está a ser submetido ao número especial “Entre Paris e PISA: 200 anos do Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur l’éducation comparée de Marc-Antoine Jullien de Paris: Abordagens históricas da Educação Comparada”.

As submissões seguirão o processo de blind peer-review regular da Revista. Os/as organizadores/as convidados/as e diretora tomarão as decisões finais de aceitação. Os artigos aceites que não forem incluídos no número especial (por restrições de espaço) serão publicados num dos números seguintes da revista.

Os/as autores/as deverão certificar-se de que prepararam cuidadosamente os seus manuscritos de acordo com as instruções fornecidas na página Web da ESC.

Cada artigo deverá conter entre 6000 e 8000 palavras, incluindo resumos, palavras-chave, quadros, notas de rodapé, lista de referências bibliográficas e apêndices. Cada manuscrito deve incluir título, resumo e palavras-chave em português, inglês e francês.

Compreensivelmente, para artigos em espanhol, o título, resumo e palavras-chave são também apresentados em língua espanhola.

O prazo de submissão termina a 31 de outubro de 2016.

Consulte aqui a versão en-EN